Zoológicos e aquários brasileiros estão em missão
O Brasil abriga muitos zoológicos e aquários, incluindo AquaRio, BioParque do Rio e Parque das Aves, encontrados no Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu, que faz fronteira com as deslumbrantes Cataratas do Iguaçu. Suas exposições permitem que os visitantes experimentem a maneira como os animais interagem uns com os outros e aprendam sobre diversos ecossistemas e espécies ameaçadas de extinção. Os visitantes podem desfrutar de uma vista panorâmica da vida aquática e se conectar com a Mata Atlântica, descobrindo a importância da conservação e proteção dos animais. Esses três zoológicos e aquários compartilham informações sobre suas missões, cuidados profissionais com animais, operações, sustentabilidade e experiência dos hóspedes.
AquaRio
Recebendo hóspedes o ano todo, o Aquário Marinho do Rio de Janeiro, conhecido como AquaRio, fica muito próximo da zona portuária do Rio de Janeiro. Com aproximadamente 26,000 metros quadrados, é um dos maiores aquários marinhos da América do Sul, com habitats que incluem um total de 4.5 milhões de litros de água. A instalação abrange mais de 2,000 animais de 350 espécies diferentes. A maior área é o Recinto Oceânico, com 3.5 milhões de litros de água e 7 metros de profundidade. Os visitantes podem até atravessar um túnel submarino nesta exposição.
A missão do aquário está centrada na educação, pesquisa e conservação. Em pouco mais de dois anos, o AquaRio desenvolveu 26 estudos em conjunto com instituições parceiras, universidades públicas e privadas e a Marinha do Brasil. Os membros do AquaRio ajudam diretamente nos projetos de pesquisa e conservação do aquário, uma vez que parte da renda do programa anual de membros é destinada a essas atividades. Adicionalmente, o AquaRio realiza, juntamente com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, relevantes pesquisas científicas, tendo já publicado diversos artigos em renomadas publicações internacionais.
“O AquaRio é o segundo aquário mais produtivo em pesquisa científica do mundo, sendo o único do mundo a conseguir a reprodução completa da arraia borboleta, uma das espécies mais ameaçadas de extinção”, afirma Marcelo Szpilman, presidente do AquaRio. Com mais de 30 anos de experiência na área ambiental, Szpilman é um dos nomes mais reconhecidos da biologia no Brasil. Ele imaginou a criação do aquário por muitos anos. Então, em 2016, o projeto se concretizou.
O aquário também é pioneiro na geração de energia sustentável; instalou 6,000 metros quadrados de painéis solares em seu telhado, produzindo 30% de sua demanda, e é um dos maiores projetos solares do Brasil.
Enquanto a instalação estava fechada ao público durante o bloqueio do COVID-19, a equipe de gerenciamento e suporte à vida se mudou para o AquaRio para garantir a saúde e o bem-estar dos animais, mantendo suas rotinas regulares.
BioParque do Rio
Também no Rio de Janeiro, o BioParque do Rio atua com o objetivo primordial de reconectar o público com a natureza. O zoológico tem mais de 1,000 animais de 140 espécies e está localizado dentro dos 155,000 metros quadrados do parque Quinta da Boa Vista.
O BioParque – administrado pelo Grupo Cataratas, que também administra o AquaRio – era anteriormente o Zoológico do Rio de Janeiro, o zoológico mais antigo do Brasil, com décadas de história. Completamente renovado, os animais do BioParque do Rio vivem em habitats cercados por vidros ou barreiras naturais que replicam seus ambientes, incentivando espaços integrados com animais que convivem.
“O BioParque do Rio, com apenas um ano de funcionamento, vem participando ativamente de projetos de pesquisa para a reintrodução de animais, como [antas] (Tapirus terrestris), cutias (Dasyprocta azarae) e trinca-ferro (Saltator similis); aperfeiçoamento das técnicas veterinárias; condicionamento; e bem-estar animal”, afirma Talita Uzeda, gerente de sustentabilidade do Grupo Cataratas.
Sendo um dos zoológicos mais acessíveis do Brasil, o projeto tem garantido o acesso universal a pessoas com deficiência. Todos os hóspedes podem se deslocar por áreas como Reptile Village, Kings of the Jungle, Primate Island, Little Farm, African Savanna e Tropical Immersion.
Tropical Immersion é um grande viveiro com mais de 40 espécies de vida selvagem, incluindo a arara azul e amarela. Além disso, os pássaros feridos são tratados de volta à saúde e reabilitados para voar novamente.
A instituição trabalha com educação ambiental 100% do tempo. O espaço conta com um grande laboratório que já contou com diversos parceiros nacionais. O programa de associados do BioParque do Rio contribui diretamente para projetos de pesquisa e conservação dos animais do zoológico, e os associados têm o benefício de visitar quantas vezes quiserem ao longo do ano e desfrutar de horários exclusivos e descontos em produtos do zoológico.
Parque das Aves
Foz do Iguaçu, Brasil, é o local das famosas Cataratas do Iguaçu, o maior sistema de cachoeiras do mundo, com um complexo de 275 cachoeiras distintas. Nesta cidade fica o Parque das Aves, considerado um dos lugares mais visitados do Brasil e reconhecido pela conservação de aves exóticas da Mata Atlântica.
O parque fica em uma área de mais de 16 hectares de mata, estrategicamente localizada entre o Rio Iguaçu e a estrada que leva às cataratas. O local combina ecoturismo e conservação ambiental, e enormes aviários incluem cerca de 1,300 aves de 130 espécies diferentes do Brasil, África, Ásia e Austrália. O Parque das Aves visa salvar espécies nativas da Mata Atlântica e recebeu cerca de 800,000 mil visitantes anuais durante vários anos antes da pandemia.
“Queremos que os turistas tenham a melhor experiência possível criando memórias positivas de engajamento com a natureza e trazendo para sua vida o desejo de se conectar ainda mais com o meio ambiente, principalmente com a Mata Atlântica e suas espécies”, afirma Rodrigo Chibiaqui, gerente de marketing para o Parque das Aves.
A redução de resíduos, produtos reutilizáveis e materiais sustentáveis tornaram-se objetivos importantes para o parque compensar os impactos negativos no meio ambiente. Por isso, o parque adotou diversas medidas ecologicamente corretas entre visitantes e funcionários, como a obtenção de diversos ingredientes e produtos de restaurantes de fornecedores locais e a parceria com uma fábrica de sorvetes da cidade para fazer sorvetes e picolés com ingredientes da Mata Atlântica. Toda a cadeia produtiva, desde o produtor de frutas até os pontos de venda, faz parte dessa colaboração, que cria sabores como abacaxi, tangerina, morango e limão. Água potável também é oferecida em toda a instalação, minimizando drasticamente o uso de embalagens plásticas no parque.
Durante a pandemia, biólogos, veterinários, técnicos de zoológicos e demais funcionários que lidam diretamente com os cuidados com os animais continuaram sua rotina presencial para prestar o melhor atendimento possível. Para garantir a segurança dos profissionais e permitir que os cuidados com os animais não sejam afetados, eles foram separados em cinco grupos que funcionaram em dias alternados, seguindo protocolos sanitários estabelecidos durante a pandemia.
Esses três parques são apenas uma amostra do que o Brasil tem a oferecer em compartilhar sua rica diversidade em vida selvagem e eco-conservação. Uma visita a um ou a todos os parques pode educar e surpreender os visitantes de todo o mundo.
- Mila Soares é uma jornalista brasileira, radicada em Orlando, cobrindo atrações para publicações no Brasil.