Parque da Mônica promove inclusão e acessibilidade por meio de programas, eventos e mídias sociais

Nos últimos anos, muitos parques de diversões e atrações em todo o mundo trabalharam para adaptar suas instalações, atividades e passeios para serem mais inclusivos e acessíveis para hóspedes com deficiência. Por causa de seu tamanho, seus recursos e o grande número de convidados que recebem, grandes atrações lideram esses esforços. Mas agora, um pequeno parque de diversões em São Paulo, Brasil, está demonstrando como atrações menores também podem causar impacto.
Parque da Mônica é um parque coberto de 12,000 metros quadrados localizado dentro do Shopping SP Market em São Paulo e tem como tema personagens criados pelo cartunista brasileiro Mauricio de Sousa. Oferece mais de 20 atrações educativas e divertidas voltadas para crianças e suas famílias.
O diretor-executivo Marcelo Beraldo lembra que, em 2015, a equipe do parque estava discutindo como explicar aos pais de crianças com deficiência por que seus filhos podem não conseguir usar as atrações do parque por questões de segurança.
“Durante essa conversa, tivemos uma ideia de como adaptar nossa montanha-russa para permitir que crianças com deficiência a aproveitem”, diz ele. “Naquela época, iniciamos o programa Parque da Mônica Inclusão e consultamos especialistas sobre como fazer a inclusão fazer parte do nosso parque.”
Desde então, com o auxílio de engenheiros especialistas, o parque fez uma série de adaptações em seus atrativos para que pessoas com deficiência possam utilizá-los com segurança. Em dezembro de 2021, o Parque da Mônica apresentou a “Hora do Silêncio” para visitantes com autismo aproveitarem o parque durante sua primeira hora aberta.
“Isso permite que crianças e adultos com hipersensibilidade se acostumem ao ambiente do parque sem que ele esteja repleto de seus estímulos normais”, explica Beraldo. “Ao reduzir os efeitos sonoros e visuais, oferecemos um ambiente mais amigável e permitimos que eles se adaptem gradualmente.”
Embora o parque esteja aberto a todos durante a “Hora do Silêncio”, a música é desligada no carrossel do parque, além da música ambiente em todo o parque; os efeitos visuais são desativados em seu cinema 4D; e os efeitos de luz e som ficam inativos nas salas de pré-show. A equipe do parque recebeu treinamento especial em autismo para ajudar esses hóspedes.
O parque queria evitar parecer que tomava essas ações como forma de autopromoção, então escolheu uma abordagem direcionada para divulgá-las. “Usamos nossos perfis nas redes sociais”, diz Beraldo, “e sabemos que eles são divulgados por pessoas através de grupos de WhatsApp de pais de crianças no espectro do autismo”. Ele acrescenta que o parque recebeu feedback “muito positivo” não apenas de famílias com crianças autistas, mas também de outras que consideram importante o tema da inclusão.
Isso tem incentivado o Parque da Mônica a ampliar seus esforços, inclusive dando entrada gratuita para crianças com deficiência até 14 anos. “Já temos uma série de iniciativas implementadas e outras estão em andamento, e adotamos a premissa de que a inclusão deve ser nossa objetivo principal”, diz Beraldo. “Agora, uma parte significativa do nosso tempo e investimentos anuais são direcionados para a inclusão de pessoas com deficiência, seja por meio de treinamentos, adaptações, compra ou instalação de dispositivos. Promover e facilitar o acesso é algo que deve permear as ações de todas as organizações, principalmente quando falamos de crianças e entretenimento.”