O lado natural
O Brasil é mais do que seus litorais renomados e cidades cosmopolitas. Com cinco regiões distintas, climas diferentes, flora e fauna abundantes e acomodações sofisticadas, uma nova atração se desenvolve: o ecoturismo.
As viagens baseadas na natureza são o segmento de viagens que mais cresce no Brasil, permitindo que os visitantes se divirtam enquanto aprendem sobre conservação.
O modo como os eco resorts brasileiros - espalhados de norte a sul - cuidam dos hóspedes e do meio ambiente pode ser fonte de inspiração e exemplo para todos no setor de atrações.
Zagaia Eco Resort
Um destino conhecido por suas belezas naturais e popular entre os amantes do ecoturismo, o Zagaia Eco Resort está situado no canto sudoeste de Mato Grosso do Sul, em Bonito, que significa “bonito” em português. É a porta de entrada para a região do Pantanal e é conhecida como o local de algumas das águas mais limpas do continente. A cidade faz jus ao seu nome, atraindo hóspedes com rios cristalinos e avistamentos de animais.
“Nosso grande diferencial é a imensa área onde estamos localizados; São 600,000 mil metros de área verde, e nossos hóspedes são agraciados diariamente com a presença de animais silvestres que circulam livremente pela área do hotel ”, afirma Daiane Melo, gerente de vendas do Zagaia Eco Resort.
Onças, crocodilos e cobras sucuri são algumas das espécies que mais representam a região.
A preocupação com o meio ambiente levou os operadores a criarem amplas áreas abertas com iluminação natural e ampla circulação de ar. Isso, junto com o uso extensivo de painéis solares, contribui para uma pequena pegada de carbono. Resíduos sólidos são reutilizados como fertilizante no jardim para aumentar a produção cultivada no local.
Os protocolos COVID-19 exigem o uso de máscaras, e apenas um membro de um grupo de hóspedes pode se dirigir ao balcão de check-in no hotel. Salas de jogos e saunas estão fechadas e, para melhor circulação de ar, as portas e janelas permanecem abertas.
Pousada Uacari
Em meio à floresta amazônica reside uma atração ímpar, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Aqui, a floresta de várzea desaparece 39 metros abaixo da água de abril a agosto devido ao derretimento da neve dos Andes (estação das cheias), deixando trilhas para serem exploradas em pequenas canoas. A reserva é uma confluência de rios e é uma das maiores florestas inundadas protegidas do mundo.
Nesta paisagem em constante mudança encontra-se o Uakari Lodge, um hotel flutuante que oferece ecoaventuras na Amazônia.
A pousada é administrada pela comunidade ribeirinha com a ajuda do Instituto Mamirauá de Desenvolvimento Sustentável. Essa organização social é supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil e tem a função de preservar o ecossistema por meio de pesquisas científicas ali realizadas.
Uakari recebe hóspedes de todo o mundo, que ficam em casas de estrutura flutuante e são acompanhados por guias locais, inclusive naturalistas bilíngues. A receita gerada com a operação do resort é direcionada para a preservação dos recursos naturais e das comunidades locais que os funcionários do resort chamam de lar.
“Hoje 99% dos cargos do hotel são ocupados por moradores das comunidades ribeirinhas da Reserva Mamirauá, que ocupam todos os cargos, inclusive o gerente geral do negócio”, afirma Gustavo Pinto, diretor de marketing.
O Uakari é um laboratório de pesquisas, onde os hóspedes do resort participam de atividades de responsabilidade socioambiental e de conservação. São 10 salas que podem acomodar até 24 pessoas dentro de uma estrutura feita com práticas sustentáveis. A energia é de origem solar; a água da chuva é coletada e armazenada, com seus efluentes tratados antes de retornar ao rio. As atividades vão desde canoagem e caminhadas até visitas às comunidades locais (atualmente adiadas devido ao COVID-19). A pousada oferece programas onde o turista pode estudar a onça pintada, desde suas características físicas até seus hábitos de caça. Toda a receita do programa é doada para a conservação da onça-pintada, que está em risco de extinção. Além disso, a pousada oferece programas como cursos de fotografia de selva e a excursão “Uma Noite na Selva”, onde os visitantes pernoitam com um guia em uma casa na árvore na selva.
O Uakari Lodge implementou protocolos COVID-19, incluindo o uso obrigatório de máscara em todas as áreas comuns, distanciamento social e limpeza frequente das instalações.
Ponta dos Ganchos
Um pedaço do Brasil antigo vive através das pequenas vilas de pescadores, cuja população descende dos primeiros imigrantes açorianos do litoral catarinense no sul do Brasil. A cidade de Governador Celso Ramos abriga o Ponta dos Ganchos, um resort de luxo cercado pelas águas esmeraldas do litoral sul do Brasil. A ilha serve de cenário para inúmeras propostas e festas de casamento.
O Ponta dos Ganchos opera 25 bangalôs que apresentam uma decoração rústica e elegante, que é uma das marcas do hotel, ao lado de uma gastronomia sustentável. A Horta Orgânica do Nonô tornou-se uma atração à parte no hotel em 2008. Dentro do jardim, o resort cultiva itens para serem servidos em restaurantes e gerencia seus resíduos orgânicos, criando efetivamente um ciclo de consumo consciente e reaproveitamento. O resort também promove práticas socioambientais - desde o plantio de mudas de árvores até o apoio ao Instituto Guga Kuerten, que apóia programas de educação infantil e esportes juvenis.
“Além de uma atitude solidária de apoio social à região, nossa intenção como propriedade é também reforçar a urgente consciência de reduzir nossa responsabilidade carbono no planeta na busca por um estilo de vida mais sustentável e equilibrado e na garantia de um futuro mais verde para as gerações futuras ”, afirma Fernanda Makhoul, diretora de vendas e marketing do resort.
Ponta dos Ganchos também oferece experiências únicas, como passeios a bordo de um barco de pesca e caminhadas em trilhas pela Mata Atlântica que levam às águas tranquilas do Oceano Atlântico.
Durante a pandemia, o resort exigiu verificações de temperatura e máscaras nas instalações comuns do hotel, além de luvas descartáveis para os funcionários no transporte de bagagens.
- Mila Soares é uma jornalista brasileira radicada em Orlando cobrindo atrações para a Funworld e publicações no Brasil.